📌 O cenário atual
Depois de alguns anos de relativa estabilidade, o Brasil caminha para encerrar 2025 com o maior volume de ações na Justiça do Trabalho desde a reforma trabalhista de 2017.
- Apenas no primeiro semestre de 2025, já foram registradas 1,15 milhão de novas ações.
- A projeção é que o ano feche com 2,3 milhões de processos, superando os 2,1 milhões de 2024.
- O setor de serviços lidera com folga: em 2024, sozinho, foi responsável por 26,6% dos processos, um recorde de 556 mil casos.
⚖️ O que explica o aumento?
Especialistas apontam como principal fator uma decisão do STF em 2021, que derrubou a regra da reforma trabalhista de 2017 que obrigava trabalhadores de baixa renda a pagar honorários advocatícios caso perdessem a ação.
Na prática, isso reduziu o risco de litigar para quem busca seus direitos, tornando a ida à Justiça mais acessível.
Além disso, há outros elementos que ajudam a explicar o cenário:
- Pandemia: durante os anos críticos, houve queda expressiva no número de processos. Agora ocorre uma recomposição natural.
- Juros altos: pressionam empresas, aumentando disputas ligadas a custos trabalhistas.
- Aquecimento do setor de serviços: mais empregos e maior rotatividade geram também mais litígios.
🏛️ O direito do cidadão em juízo
É importante lembrar: questionar verbas trabalhistas na Justiça é um direito constitucional do cidadão.
- A Constituição garante o acesso à Justiça como um pilar da democracia.
- Para o trabalhador, muitas vezes, a ação é o único caminho para reaver salários, horas extras, férias, indenizações e outros direitos não pagos.
- A decisão do STF em 2021 reforçou esse princípio, evitando que o medo de custos processuais inviabilizasse a defesa do trabalhador.
📉 Impactos para as empresas
Para as empresas, o cenário traz desafios relevantes:
- Custo jurídico maior
- O aumento no número de ações significa mais gastos com advogados, acordos e eventuais condenações.
- Risco de imagem
- Empresas que acumulam ações trabalhistas podem sofrer desgaste de reputação junto a clientes, fornecedores e investidores.
- Gestão preventiva
- Cresce a importância de compliance trabalhista, com atenção a:
- contratos bem estruturados,
- jornadas controladas,
- pagamento rigoroso de verbas,
- políticas de RH transparentes.
- Cresce a importância de compliance trabalhista, com atenção a:
- Mercado de capitais e investidores
- Para companhias listadas em bolsa, altos passivos trabalhistas podem afetar valuation e dificultar acesso a crédito.
✅ Conclusão
O crescimento das ações trabalhistas em 2025 mostra como o equilíbrio entre direitos dos trabalhadores e segurança jurídica das empresas segue sendo um tema central no Brasil.
Enquanto o cidadão deve exercer seu direito constitucional de buscar reparação em juízo, as empresas precisam se preparar com mais seriedade para reduzir riscos e adotar boas práticas de gestão trabalhista.
Afinal, em um mercado cada vez mais competitivo, o custo da negligência pode ser muito maior do que o da prevenção.
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- Como as empresas devem se preparar para esse cenário?
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